Resumen
Artigas tem participação incontestável no desenvolvimento da arquitetura brasileira não somente pelos extraordinários exemplos arquitetônicos que deixou, os inúmeros textos e aulas memoráveis, mas principalmente por expandir os limites da disciplina, alçando-a ao papel de protagonista no desenvolvimento cultural do país. Esse papel vai além do grande número de obras paradigmáticas construídas e constitui-se por seu exemplo de atuação profissional: exercício de unidade entre o sujeito ? cidadão atuante na vida cultural e política de seu tempo ? e sua arquitetura ? testemunha desse estar no mundo. Essa pratica, regida por uma rigorosa conduta ética e moral, forjada pelo embate constante entre vida, realidade, política e arquitetura, contribuiu para a dimensão ampliada da disciplina enquanto agente cultural na busca de uma identidade brasileira, a partir de sua essência cultural e não de seu passado histórico. Destaca-se, na análise apresentada, o intenso embate entre arquitetura e cidade para o desenvolvimento de sua proposta arquitetônica. O objetivo deste artigo e traçar a constituição dessa trama tecida entre a teoria e a pratica da arquitetura de Artigas, que também entrelaça eventos do contexto brasileiro de grande complexidade como exemplo de enfrentamento dos desafios da profissão. A proposta e analisar o cenário político e cultural no qual o arquiteto se insere para recuperar a trama de fios teóricos, políticos, práticos e projetados que envolve sua trajetória.